
Há algumas semanas a Pantone anunciou a sua cor para 2026: branco. Sem matiz, sem temperatura, apenas branco. Meu incômodo com essa escolha me levou a procurar por outras marcas que também anunciam suas cores do ano, mas encontrei apenas mais do mesmo: cores discretas com tons neutros e dessaturados.
Olhando as marcas internacionais, isso fica ainda mais nítido. Pantone, Benjamin Moore, Sherwin-Williams, Valspar, Dutch Boy e Krylon são 6 exemplos de marcas que anunciaram apenas tons frios ou quentes de cinza como cor de 2026. Behr, Glidden, Dunn-Edwards e Graham & Brown, as mais "coloridas", escolheram respectivamente azul dessaturado, vermelho dessaturado, verde dessaturado e marrom escuro.
Segue abaixo uma fotografia de "Hidden Gem", cor de 2026 da Behr.
Olhando as marcas brasileiras ao menos, podemos encontrar um pouquinho mais de criatividade. "Azul Puro" da Coral, apesar de ser escura e fria, possui uma saturação mais alta e a Coral fez questão de apresentá-la cercada de paletas coloridas e vivas, com cores como amarelo e rosa.
A Suvinil apresentou uma combinação um pouco mais viva também, trabalhando com a oposição do rosa e verde com "Tempestade" junto a "Cipó da Amazônia", mas o que achei mais interessante nessa divulgação foi o conceito, os interiores e os objetos apresentados, talvez mais do que as cores em si.
Contudo, a escolha de cores foi de fato criativa e eu particularmente achei bem coerente com o caminho que as tendências de design parecem percorrer nos próximos meses do ano, então eu diria que foi a escolha mais acertada até aqui.


Enfim, essas foram apenas algumas exceções, porque a regra foi bem expressiva. Os mesmos tons de cinza, marrom, azul ou verde predominaram, sem muitas variações. E eu não acredito que haja algo de errado propriamente com as cores - até porque ainda acho esses tons dessaturados bem bonitos - mas sim com essa insistência por tantos anos seguidos.
As tendências da internet estão cada vez mais aceleradas e criativas e essas grandes marcas que antes possuiam muita credibilidade parecem não ter mais interesse em acompanhar o que está acontecendo. O que antes era sobre indicar tendências hoje parece muito mais sobre insistir incessantemente em uma estética bem específica, né?
O que me anima é que quanto mais a indústria insiste nessas limitações, mais as pessoas acabam buscando por alternativas mais interessantes por conta própria. Mais encontramos criadores independentes gerando tendências de alta aderência. No mais:
Um feliz ano novo e que tenhamos todos um 2026 mais vivo e criativo! 🩵
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